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SECA

Com impacto da seca, agricultura de Guaíra entra em estado de alerta

Quebras consecutivas de safra impulsionam medidas emergenciais para aliviar o setor agrícola

Publicado em 13/04/2024 às 10:00
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Agricultura em Guaíra entra em estado de alerta. (Foto: Sociedade Rural de Maringá)

Após enfrentar três anos consecutivos de secas severas e quebras de safra, o município de Guaíra está à beira de decretar estado de emergência, uma medida considerada essencial para garantir a sobrevivência econômica e social de seus cidadãos. O anúncio veio após uma reunião decisiva entre as lideranças do setor agrícola, onde a gravidade da situação foi amplamente discutida.

Segundo Silvanir Rosset, presidente do Sindicato Patronal Rural de Guaíra, a decisão de mover-se em direção ao decreto emergencial é uma resposta direta às adversidades enfrentadas pelos produtores locais.

Presidente do Sindicato Patronal Rural de Guaíra

Silvanir Rosset

"Os últimos três anos foram devastadores. As quebras de safra reduziram a produção pela metade em alguns casos, afetando não só os grãos mas também hortaliças e frutas"

Presidente do Sindicato Patronal Rural de Guaíra

Ele destacou também como o calor extremo tem comprometido a produção leiteira, intensificando a crise no município.

A proposta do decreto de emergência é facilitar a renegociação de dívidas que se acumularam devido aos altos investimentos feitos pelos produtores, que não tiveram o retorno esperado. "Os produtores estão com dificuldades para cobrir até mesmo os custos operacionais. O decreto é uma forma de mostrar aos bancos e credores a seriedade da nossa situação", explicou Rosset.

O município de Guaíra depende significativamente da agricultura, que representa cerca de 70% do movimento econômico local. A desaceleração da agricultura já reflete em outros setores, como o comércio e serviços, incluindo lojas e fornecedores de autopeças, que observam uma queda nas vendas.

Além do impacto econômico, a crise agrícola tem ramificações sociais profundas. Muitas famílias de produtores rurais estão enfrentando dificuldades financeiras, o que afeta a qualidade de vida e o bem-estar da comunidade. "A renda do produtor rural não é constante, é sazonal. Com as falhas nas últimas safras de soja e milho, a situação só se agravou", relata Rosset.

Segundo Silvanir, existe uma hesitação da prefeitura em decretar o estado de emergência, devido aos desafios que isso pode implicar em termos de repasses e aplicação de verbas, que frequentemente resultam em perdas na distribuição dos recursos.

Porém o presidente do Sindicato Patronal Rural acredita ser vital que o Executivo observe as necessidades do setor e priorize o suporte aos que mais precisam neste momento crítico.


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