Após enfrentar três anos consecutivos de secas severas e quebras de safra, o município de Guaíra está à beira de decretar estado de emergência, uma medida considerada essencial para garantir a sobrevivência econômica e social de seus cidadãos. O anúncio veio após uma reunião decisiva entre as lideranças do setor agrícola, onde a gravidade da situação foi amplamente discutida.
Segundo Silvanir Rosset, presidente do Sindicato Patronal Rural de Guaíra, a decisão de mover-se em direção ao decreto emergencial é uma resposta direta às adversidades enfrentadas pelos produtores locais.
Ele destacou também como o calor extremo tem comprometido a produção leiteira, intensificando a crise no município.
A proposta do decreto de emergência é facilitar a renegociação de dívidas que se acumularam devido aos altos investimentos feitos pelos produtores, que não tiveram o retorno esperado. "Os produtores estão com dificuldades para cobrir até mesmo os custos operacionais. O decreto é uma forma de mostrar aos bancos e credores a seriedade da nossa situação", explicou Rosset.
O município de Guaíra depende significativamente da agricultura, que representa cerca de 70% do movimento econômico local. A desaceleração da agricultura já reflete em outros setores, como o comércio e serviços, incluindo lojas e fornecedores de autopeças, que observam uma queda nas vendas.
Além do impacto econômico, a crise agrícola tem ramificações sociais profundas. Muitas famílias de produtores rurais estão enfrentando dificuldades financeiras, o que afeta a qualidade de vida e o bem-estar da comunidade. "A renda do produtor rural não é constante, é sazonal. Com as falhas nas últimas safras de soja e milho, a situação só se agravou", relata Rosset.
Segundo Silvanir, existe uma hesitação da prefeitura em decretar o estado de emergência, devido aos desafios que isso pode implicar em termos de repasses e aplicação de verbas, que frequentemente resultam em perdas na distribuição dos recursos.
Porém o presidente do Sindicato Patronal Rural acredita ser vital que o Executivo observe as necessidades do setor e priorize o suporte aos que mais precisam neste momento crítico.