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MEIO AMBIENTE

ICMBio ampliará a queimada na Ilha Grande para tentar conter a fumaça

Últimos bolsões verdes, que resistiram à queima controlada, serão queimados para controlar fumaça.

Publicado em 08/05/2024 às 18:00
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O encontro reuniu as autoridades locais para tratar sobre as "queimas prescritas". (Foto: Portal da Cidade)

O encontro reuniu as autoridades locais para tratar sobre as "queimas prescritas". (Foto: Portal da Cidade)

O encontro reuniu as autoridades locais para tratar sobre as "queimas prescritas". (Foto: Portal da Cidade)

Chefe do Parque de Ilha Grande e João Paulo Morita, especialista em manejo do fogo. (Foto: Portal da Cidade)

O encontro reuniu as autoridades locais para tratar sobre as "queimas prescritas". (Foto: Portal da Cidade)

Na tarde de hoje, dia 08, ocorreu uma reunião de caráter informativo nas dependências do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) em Guaíra. O encontro congregou autoridades locais para deliberar sobre os recentes incidentes de queimadas que impactaram o município nos últimos dias.

Presentes na reunião estavam o chefe do Parque Nacional Ilha Grande, Arthur Henrique Sakamoto, o analista ambiental Tércio Abel Pezenti, responsável pelo escritório local, e João Paulo Morita, especialista em manejo do fogo e analista ambiental que se deslocou de Brasília até Guaíra para oferecer uma resposta à comunidade e buscar soluções para a problemática da fumaça que tem afligido a população, notadamente durante o período noturno.

Ao longo de aproximadamente uma hora, os técnicos do ICMBio apresentaram as medidas empreendidas pelo Instituto para a execução da “Queima Prescrita”, uma técnica de incêndio controlado aplicada em ecossistemas naturais, com o objetivo de diminuir a quantidade de material combustível e evitar incêndios descontrolados de grandes proporções.

Segundo Morita, o desafio enfrentado em Guaíra decorreu das condições climáticas desfavoráveis, que contrariaram o planejamento e os estudos prévios. Uma súbita elevação de temperatura, em conjunto com uma baixa pressão atmosférica noturna, resultou na concentração de fumaça sobre a cidade de Guaíra.

Questionado acerca da divulgação das ações empreendidas, Arthur Sakamoto esclareceu que o ICMBio, em colaboração com o Consórcio Intermunicipal para Conservação do Remanescente do Rio Paraná e Áreas de Influência (CORIPA), notificou todos os parceiros ligados ao Parque Nacional Ilha Grande, em particular moradores, pescadores e aquicultores. No entanto, admitiu a responsabilidade pela deficiência na comunicação com autoridades e imprensa em geral.

Respondendo à Associação Comercial e Empresarial de Guaíra (ACIAG), os técnicos afirmaram que a “Queima Prescrita” transcorreu conforme o planejado, com eficácia. Morita explicou que esta foi a primeira implementação em larga escala realizada pela entidade, prevista para uma área de 2 mil hectares, tendo sido queimados até o momento 2,3 mil hectares.

Morita também enfatizou que o impacto foi minimizado, apesar das imagens veiculadas pela imprensa que evidenciaram animais e abelhas mortas. Segundo ele, a Polícia Federal já está investigando o caso, mas os danos foram mínimos, com a preservação das matas ciliares e uma taxa de queima controlada.

Diante do questionamento dos vereadores sobre alternativas para futuras ações, os técnicos destacaram a “Queima Prescrita” como um método utilizado internacionalmente, com exemplos no Brasil, como na Serra da Canastra, Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros e Parque Nacional das Emas. Afirmaram que, por ora, essa técnica é a mais eficaz, mas sugeriram que, com mais recursos, tecnologia e estudos, outras abordagens poderiam ser consideradas no futuro.

Os representantes do Parque Nacional Ilha Grande reconheceram que, devido às mudanças climáticas, o controle das queimadas em Guaíra escapou parcialmente do esperado, especialmente em relação à emissão de fumaça. Nesse contexto, a presença de João Paulo Morita, com vasta experiência na área, será fundamental para mitigar o problema. Morita indicou que ainda existem áreas não queimadas e que a prioridade agora é queimar essas áreas para evitar queimadas graduais, que poderiam gerar mais fumaça.

Quanto ao período de incômodo causado pela fumaça e fuligem da queimada, Morita afirmou que tudo depende das condições climáticas, e que os técnicos estão monitorando previsões de mudança climática para o início da próxima semana, com a chegada de chuva e frio, o que indicaria o fim do desconforto.

Por fim, as autoridades presentes solicitaram durante a reunião uma revisão do plano diretor do Parque Nacional Ilha Grande e uma ampla consulta à sociedade, visando incorporar outros grupos de interesse, como associações e entidades públicas municipais.

Segundo os técnicos do ICMBio, a ideia agora é usar todos os recursos possíveis para acabar com o problema nos próximos dias, suspender as próximas ações, contratar um estudo para saber qual foi o real impacto da ação e ver alternativas para que consequências como esta não aconteçam mais.

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