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QUEIMADAS

ACIAG pretende entrar no Ministério Público contra "queimas prescritas"

Após resposta insatisfatória do ICMBio, ACIAG pretende pressionar autoridades competentes.

Publicado em 07/05/2024 às 12:00
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Reunião extraordinária reuniu diretores e conselheiros da ACIAG. (Foto: ACIAG)

Na tarde de ontem, 6 de maio, a Associação Comercial e Empresarial de Guaíra (ACIAG) realizou uma reunião extraordinária com seus diretores e conselheiros para discutir as "Queimas Prescritas" promovidas pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) na Ilha Grande.

Anteriormente, a ACIAG havia enviado um ofício ao ICMBio, buscando esclarecimentos sobre o assunto. A resposta foi recebida do chefe do Parque Nacional Ilha Grande, Arthur Henrique Sakamoto, que detalhou que as "Queimas Prescritas" constituem uma técnica de uso controlado do fogo em áreas específicas da vegetação. Essa técnica visa criar uma barreira natural para conter o avanço de incêndios florestais, especialmente durante a época de seca.

A medida preventiva tem como objetivo reduzir a incidência de queimadas mais severas, comuns nos meses de agosto a setembro, muitas vezes originadas por ação humana. Sakamoto ressaltou que as "Queimas Prescritas" estão integradas ao plano de manejo do Parque e que houve ampla consulta à comunidade, além de campanhas de divulgação nas redes sociais.

No entanto, o ofício do chefe do Parque também reconheceu que as queimas iniciadas em 23 de abril foram seguidas por chuvas, contribuindo para controlar a emissão de fumaça. Contudo, uma intensa onda de calor, incomum para a época, causou transtornos à população local.

A resposta foi considerada insuficiente pela diretoria da ACIAG, que decidiu tomar providências para discutir as ações urgentes a serem adotadas pela associação, com o objetivo de pressionar as autoridades competentes ligadas à área ambiental a conduzir uma investigação e, se necessário, aplicar punições aos responsáveis envolvidos.

Durante a reunião, Cassius Vilande, diretor jurídico da ACIAG, destacou a importância de oficializar a comunicação com todos os órgãos responsáveis, assegurando que todos estejam cientes da gravidade da situação em Guaíra.

Osmar Volpato, ex-presidente e conselheiro, compartilhou sua experiência pessoal com as queimadas, ressaltando que possui uma casa em uma das ilhas e que constantemente estão sujeitas às regras estabelecidas pelo ICMBio. O presidente da ACIAG, Jair Schlemer, expressou sua opinião baseada em imagens fotográficas aéreas e de satélite, afirmando que é evidente que o ICMBio perdeu o controle durante a ação de queima.


As imagens de satélite geradas antes e depois da ação do ICMBio, demonstra o estrago ocasionado pela Queima Prescrita

Cassius Vilande propôs a realização de uma reunião com o Ministério Público Federal para abordar o assunto, sugerindo que o ofício seja enviado antes desse encontro e que todos os materiais pertinentes sejam compilados para fundamentar a solicitação. Segundo Ghassan Saifeddine Filho, 2º vice-presidente da entidade, a ideia é pressionar as autoridades ao máximo, acionando inclusive o MP Estadual, o IAT e o Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima.

A proposta que será defendida pela ACIAG é de que seja feita uma intervenção urgente diante do manejo irregular do fogo na Ilha Grande e a suspensão de quaisquer atividades desse tipo, buscando uma alternativa para a ação que seja menos impactante para o meio ambiente e para a população local. Com isso, a diretoria espera uma resposta efetiva das autoridades competentes para resolver essa situação preocupante.


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