Na última quinta-feira (20), um helicóptero militar foi alvo de um ataque a tiros no nordeste do Paraguai, resultando em dois militares feridos na região de Canindeyú, próximo a Sete Quedas (MS) e Corpus Christi (PY). A área é conhecida pela presença de grupos armados, aumentando a tensão local.
O helicóptero estava em uma operação de patrulhamento rotineiro quando foi atingido por disparos provenientes de uma área florestal. Os militares feridos foram rapidamente resgatados e levados a um hospital, onde um deles permanece em cuidados intensivos devido à gravidade dos ferimentos.
A região é uma zona de influência do conhecido narcotraficante "Macho" e é palco frequente de operações contra grupos armados, incluindo o Exército do Povo Paraguaio (EPP). Conhecidos por suas atividades insurgentes e ataques contra forças de segurança, esses grupos intensificam a instabilidade local.
Em resposta ao ataque, a presença militar foi aumentada, com a instalação de postos de controle e patrulhas adicionais. O governo paraguaio, através do Ministério da Defesa, condenou o ataque e intensificou as operações na área para garantir a segurança e capturar os responsáveis.
O Paraguai também solicitou apoio internacional para fortalecer suas capacidades de combate ao crime organizado e ao terrorismo. O ministro das Relações Exteriores enfatizou a necessidade de colaboração e suporte técnico para enfrentar a ameaça de maneira eficaz.
Os cinco indígenas capturados na colônia Americana de Corpus Christi.
Na manhã deste domingo, 23 de junho, uma operação policial realizada na região culminou com a detenção de cinco indígenas, acusados de fornecer apoio logístico e proteção às operações de tráfico lideradas por "Macho".
Durante uma coletiva de imprensa, o ministro do Interior enfatizou a importância da operação: "Este é um passo significativo em nossa luta contra o narcotráfico. A detenção desses indivíduos mostra que estamos comprometidos em desmantelar todas as redes de apoio aos traficantes."
A detenção gerou uma resposta imediata da comunidade local e de organizações de direitos humanos. Líderes indígenas afirmam que os detidos são vítimas de circunstâncias, alegando que a falta de oportunidades e apoio governamental os torna vulneráveis à influência de grupos criminosos. "Precisamos de uma abordagem mais sensível e integrada que vá além da repressão. Nossas comunidades precisam de desenvolvimento e alternativas reais para escapar do ciclo de pobreza e violência," declarou um representante da comunidade indígena local.
As autoridades indicaram que as investigações continuarão para identificar e deter outros possíveis colaboradores do narcotráfico na região. Além disso, programas de reabilitação e reintegração social estão sendo considerados para aqueles que colaborarem com as autoridades.
A operação, conduzida pela Polícia Nacional em coordenação com a Secretaria Nacional Antidrogas (SENAD), teve como objetivo desmantelar as redes de apoio ao narcotráfico na região. Canindeyú, pela proximidade com a fronteira brasileira, é um ponto crítico no combate ao tráfico, facilitando o trânsito de drogas entre os países.
A insegurança tem gerado preocupações entre os moradores, afetando a liberdade de movimento e as atividades econômicas. Autoridades locais apelam à colaboração da população com informações que possam levar à prisão dos agressores. Já as organizações de direitos humanos sugerem que, além da repressão militar, sejam adotadas iniciativas de desenvolvimento e diálogo para mitigar o conflito.
